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Arquitetos: Pedro Gadanho
- Área: 400 m²
- Ano: 2010
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Fotografias:Fernando Guerra | FG+SG
Descrição enviada pela equipe de projeto. Um homem cuja cabeça de fato explodiu atraiu a restrita e ávida atenção dos tabloides locais e regionais no início dos anos oitenta. Ele era um artista desconhecido, até alegar que foi minimalista, conceitual e pop, tudo antes desses movimentos. Sua fantástica e assustadora história ganhou espaço na música pop alternativa por volta de 1982. Como a música que o imortalizou diz, o roteirista o seguia onde fosse, o autor de telenovelas o acompanhava usando suas joias no horário nobre.
Como relatou para seu colega de bar Jim Ballard, aos doze anos ele pediu a seu pai que lhe construísse uma versão gigante das pílulas que tomava para epilepsia para que se lembrasse das convulsões sempre eminentes. Esta ele instalou no canto de seu quarto, para depois ser convertida em uma de suas diversas latrinas personalizadas. Esse objeto expandido foi posicionado ao lado de uma grande maleta poliédrica que usava como "armário-e-museu-de-miniaturas" para suas primeiras produções escultóricas, Esse foi o início de um estranho universo desfraldado em um apartamento do fim do século XIX de outro modo banal.
Pessoas passavam na rua onde esta casa anonimamente se localizava e permaneciam alheias às estranhas experiências conduzidas em seu interior. Ele fazia objetos ampliados que dispunha absurdamente de acordo com suas crescentes necessidades imaginárias. Ele duplicou escadarias e criou novos pavimentos inteiros. Ele escavou novos cômodos subterrâneos e criou uma piscina longa e estreita. Ele transformou quartos em anfiteatros que seriam depois transformados em bibliotecas. Ele converteu poços de elevador vazios em monstruosos violões de uma corda. Ele replicou espaços até fantasmagóricas, infinitas perspectivas.
Ele assassinou tipologias e ressuscitou-as novamente em novas formas híbridas. Ele soldou o novo no velho e o estranho no ordinário. Para seu minúsculo, absurdo espaço onde pensar erigiu uma alta estrutura de assento em um corredor, próximo a uma janela pequena e alta. A inadequada abertura pertencia tanto a cenários obsoletos da era espacial quanto a dramas expressionistas alemães retro-futuristas. Ali era o lugar onde manteria seus pensamentos mornos. Ele famosamente alega que David Lynch inventou sua abominável Mulher do Aquecedor após visitá-lo nos anos setenta enquanto estava em seu pequeno estúdio.
O homem cuja cabeça expandiu-se nunca sentiu necessidade de abandonar seu laboratório. Ele raramente recebia pessoas. Na última vez que permitiu que alguém fotografasse seus domínios, a casa ainda estava bastante vazia. Segundo a lenda, ele seguiu criando tantos objetos que a casa tornou-se impenetrável e labiríntica. Ele seguiu mudando espaços até eles tornarem-se retorcidos e piranesianos. A casa deveria ser ocupada por todo seu repertório, até que sua cabeça não pudesse mais conter a proliferação cancerosa de suas ideias. Logo antes de morrer, o homem cuja cabeça expandiu-se pensou que deveria ter processado David Lynch, Damien Hirst e Mark E. Smith.